Nem sempre corre tudo bem. À primeira vista.

sexta-feira, setembro 29, 2017
Parecia ter sido um flop completo. Mas afinal, não foi.


Quem me segue no Instagram, viu certamente o meu post da minha tentativa de fazer o Pão de Banana e Courgette do livro da Ella - As delícias de Ella.

Como podem ver, tenho o livro cheio de post-its :-) Estas são marcações das primeiras receitas a experimentar. Se fosse marcar todas as que quero realmente fazer, acho que não iria fazer grande diferença pois seriam as páginas quase todas.




Voltando ao que interessa. O aroma que pairava no ar deixou-me entusiamada. No entanto, esse entusiasmo esmoreceu um pouco no momento em que cortei a primeira fatia do pão. O deslizar da faca fazia adivinhar algo mais húmido e pegajoso e não tanto o que se (eu) espera de um pão. O que pude confirmar. A textura assemelhava-se mais à de um pudim do que a de um pão.



Mas faltava a prova. O que conta é o sabor, não é mesmo? Pois bem, também neste capítulo fiquei um pouco desiludida. Não era de todo o que eu esperava (um pouco de presunção minha mas talvez a Ella não devesse ter chamado pão). É verdade que falhei na banana no topo, mas não foi por falta de sabor mas sim devido à sua textura. Achei "curto" para valer uma segunda tentativa...

Foi quando dei atenção à primeira frase da página com uma sugestão que fazia. E foi aí que tudo mudou e fiz mais uma descoberta fantástica - a manteiga de amêndoa.

Por onde andaste a minha vida toda? Que maravilha. Muito mais saudável que as outras, mesmo a de amendoim e tão, mas tão boa (eu não fazia ideia e fiquei a saber recentemente que o amendoim é tóxico e devemos, por isso, restringir ao mínimo o seu consumo). Em abono da verdade, também não se assemelha muito a uma manteiga mas antes a um creme, dada a sua consistência. Mas pronto. Chamemos-lhe assim :-)

Ora, a sugestão da Ella é barrar as fatias do pão com manteiga de amêndoa e mel... Pronto! Perdição. O jogo virou. O que não parecia ser, era. Era - é - muito bom. Faltavam estas partes para o todo fazer sentido. Este é um puzzle de 3 peças. São precisas as 3 para termos sinfonia (eheheh hoje estou inspirada).

Fora de brincadeiras. Uma fatia deste pão torrado (ah! faltou este detalhe importante que faz muita diferença; coloco na torradeira para ficar mais seco e um pouco crocante) barrado generosamente com manteiga de amêndoa e mel por cima tem sido a minha sobremesa, esta semana. O meu momento zen, já que, como vos contei, deixei de beber café. Basta uma fatia para saciar a necessidade de "doce" mas já que tinha cortado duas, aventurei-me :-D

São servidos?








Já agora. Podemos retirar daqui um ensinamento para a vida. Não nos precipitemos numa primeira avaliação. A algo que achamos não ser suficientemente bom ou interessante poderá apenas faltar uma ou outra parte que o complete e revele/potencie o seu valor. Não concordam comigo?








Não, não voltei cozinheira. Mas quase.

terça-feira, setembro 26, 2017
Garanto-vos. É bom demais!

Com dois posts seguidos acerca do assunto, até poderiam pensar que regressei à actividade para converter o blog num de culinária :-D  Nada disso.

Aliás, nem tenho planeado absolutamente nada. Quando o criei, tinha ideias claras das áreas que gostava de abordar e desgastei-me num esforço inglório para o manter ao nível dos critérios que me impús a mim própria. Sempre fui muito exigente e crítica comigo mesma e essa factura paga-se.

Agora, quero ir ao sabor da maré. E a corrente tem-me levado para a cozinha, que se há-de fazer? Por isso, se tiverem paciência para me acompanhar novamente neste meu regresso, ficam desde já avisados que, pelo menos por enquanto, vou continuar nesta onda.

Estou numa fase de mudança e pretendo partilhar convosco as minhas experiências, aprendizagens, descobertas.

Nesta 2ª semana de alimentação vegetariana (não como carne, nem peixe mas sim ovo e alguns derivados do leite, como queijo e iogurte de vez em quando) descobri que é muito mais fácil do que eu pensava cortar com estes alimentos e que há pratos vegetarianos que, apesar de simples, são uma verdadeira ode aos sentidos. Este é um deles! As cores dos ingredientes, o aroma que o forno emana pela cozinha e o sabor... Hummm... Tenho a dizer-vos que vou repetir, repetir e repetir até me enjoar :-D Esta receita vai passar a fazer parte do "Menu" desta casa.

Aquando do périplo pelos meus livros de culinária e por algumas apps, encontro esta receita na App Tasty, da célebre página do FB - Goodful, com alguns dos meus ingredientes favoritos - batata doce, espinafres, queijo de cabra e tomate seco. Desconfiei logo que iria dar certo.

A batata doce é usada como base da quiche em substituição da massa folhada e funciona muito bem. Eu, que tenho a mania de dar um toque pessoal às receitas, resolvi acrescentar-lhe pinhões. Adoro frutos secos e fazem parte da minha alimentação diária. Em quantidades moderadas :-)

Quem mais, tal como eu, é fã de batata doce? Aconselho aos que nunca experimentaram, e acham que não gostam, a arriscar. Vão ter uma surpresa, seguramente. E depois digam-me se não estou certa :-)


Quiche de Batata Doce, Espinafres e Tomate Seco

Ingredientes

1 batata doce grande
azeite, sal e pimenta qb.
115 gr de tomate seco de frasco, escorrido
85 gr de espinafres baby cortados
115 gr de queijo de cabra
4 ovos grandes
1 dente de alho
350 ml ( 1 1/2 cup) de leite (usei de coco)
sal e pimenta qb
Pinhões ( a minha adição à receita)

Nota: Eu não usei sal mas sim algo que descobri nos livros da Ella, o Tamari Soya Sauce. É um molho de soja mas com um sabor mais intenso. Comprei-o no Celeiro mas também há à venda na zona Área Viva do supermercado Continente.  Para além de mais saudável, confere muito mais sabor aos pratos. O Tamari é uma das boas descobertas recentes.

Preparação

1.Pré-aquecer o forno a 190ºC

2. Colocar a batata doce no micro-ondas durante 1 minuto em potência alta. Deixar arrefecer. Cortar as extremidades da batata e retirar a pele. Cortar em fatias de 3 mm de espessura.

Nota: As minhas sairam meio inconsistentes porque estava com fome, sem paciência para esperar que  a batata arrefecesse, queimava-me os dedos e não tenho a destreza de um chef :-D

3. Temperar com um pouco de azeite, sal (ou 1 colher de sopa de Tamari) e pimenta.

4. Numa forma circular de 23 cms, colocar as rodelas de batata no fundo e laterais por forma a que se sobreponham ligeiramente e levar ao forno durante 20-25 mins ou até a batata amolecer.

5. Numa tigela média, bater os ovos, sal ( ou 1 c.sopa Tamari) e a pimenta. Juntar o leite, alho e o tomate-seco cortado tipo juliana e bater novamente.

6. Colocar os espinafres cortados por cima da batata doce.


7. Deitar por cima a mistura de ovo. Juntar os pedaços de queijo de cabra e deitar por cima alguns pinhões.


8. Assar durante 30 mins ou até a mistura de ovo ficar firme e dourado.

9. Deixar arrefecer  durante 10 mins antes de cortar.

Bom apetite!





Fui ali e voltei. Com uma receita de crumble de pêssego...

domingo, setembro 24, 2017
...SAUDÁVEL!

Pois é... fui ali e voltei, no que pareceu um abrir e fechar de olhos e, na verdade, faz quase 1 ano desde o último post que fiz.

Com o ritmo de vida que levamos, um ano parece passar a correr. Contudo, este ano, em particular, foi para mim um ano muito difícil, cheio de desafios e obstáculos complicados. Não vou esconder. Sofri. E muito. Mas cresci. E tornei-me mais forte. Aliás, estou a tornar-me, pois ainda não estou lá :-)

Estou a aprender a dizer "Sim" ao que quero e me faz bem e "Não" ao que não quero e/ou me faz mal. Simples, não parece? Mas não é, não se enganem.

Uma área onde o tenho aplicado é na minha alimentação. Apesar de sempre ter tido preocupação com a mesma, a verdade é que, sem ter havido uma grande alteração que o justifique, aumentei de peso consideravelmente. Em 6 meses, engordei 6 kgs! Se vos disser que nas minhas gravidezes engordei,  na 1ªvez, 8,500kgs e, na 2ª, 7,900kgs e que ambos os meus filhos nasceram com 3,710kgs (sim, ... e 10, ambos com o mesmíssimo peso!) conseguirão perceber o que vos pretendo dizer... Algo estava errado e a fazer-me mal.

Com a idade que tenho, adivinho o que estarão a pensar. "Ah, pois. Coisa e tal. Está na altura. A menopausa tem destas coisas". Poderia ser. Mas não é. Nesse capítulo está tudo bem e, pelo menos para já, estou safa. A não ser uns olhos mais preguiçosos que me obrigam a afastar mais para conseguir ler :-) mas não o suficiente para ter de usar óculos.

A primeira coisa à qual disse "Não" foi ao café. E já lá vão mais de 3 meses. Não foi nada fácil porque eu era mesmo uma apaixonada pelo sabor e aroma de um bom café. Em especial, por um Ristretto da Nespresso acabadinho de tirar... Consumia com alguma moderação. 2 a 3 cafés por dia. Em alturas de maior stress e dor de cabeça, talvez 4. Consegui, mas não sem sofrimento. Sofri com dores de cabeça praticamente durante toda a semana seguinte. Digam o que disserem, algo que nos faz sofrer durante uma semana por "ressaca" não pode fazer-nos bem.

O impacto da mudança notou-se talvez ao final de um mês. Sentia-me mais leve e com um pouco menos de retenção de liquidos, algo de que padeço desde sempre.

Recentemente, comecei a reduzir a quantidade de carne que ingiro, susbtituí o leite de vaca por leite de coco ou amêndoa (gosto particularmente do primeiro) e, nesta semana que passou, perante o desafio de fazer uma uma dieta vegetariana, cortei com a carne e o peixe completamente.

Como devem imaginar, eu mais parecia o Indiana Jones em busca da Arca Perdida eheheh. Revirei os meus livros de cozinha em busca de receitas. Encantei-me. Encontrei um sem número delas que vou ter mesmo de experimentar.

A primeira receita de um livro que experimentei foi a de uma cobertura de Crumble, do livro que uma amiga me ofereceu em Agosto - "As Delícias de Ella". Eu já seguia a Ella na sua página de Facebook há uns anos, mas nunca tinha feito nenhuma receita sua, até porque muito dos ingredientes que usa eu não tinha normalmente em casa e, por isso, nunca me motivei. Eu ainda "não estava no ponto" :-D

A sua receita não é de Crumble de Pêssego mas sim de Maçã e Amoras, mas eu usei a sua receita para a cobertura e adaptei-a. Serviu para dois Crumbles. Um de maçã, que os meus filhos adoram e me tinham pedido e um de Pêssego, com a mistura que sobrou do primeiro. Eu gosto mais do de pêssego, devo confessar. Sobretudo, ainda quentinho e com um pouco de iogurte grego e um bagos de romã por cima. Hummm... E nada de manteiga, farinha de trigo e açúcar refinado! Super saudável.

Aqui fica a receita para poderem experimentar.

Crumble de Pêssego

Cobertura:
(do livro As Delícias de Ella)

200 gr de farinha de amêndoa
180 gr de aveia (usei da fina)
3 colheres de sopa bem cheias de óleo de coco
100 ml de xarope de ácer
2 colheres de chá de canela

Nota: estas quantidades deram-me para dois crumbles.

Base de fruta

4 pêssegos maduros
1 colher de chá de canela
1 collher de sopa de xarope de ácer.

Para a Cobertura

Numa tijela, juntar a farinha de amêndoa e a aveia. A seguir, numa caçarola, colocar o óleo de coco, o xarope de ácer e a canela e aquecer em lume brando, até que o coco se tenha misturado e esteja tudo bem ligado. Deitar este preparado sobre a mistura de amêndoa e aveia e mexer bem, até todos os ingredientes secos ficarem bem envolvidos pelos ingredientes molhados. Reservar.

Fruta

Cortar os pêssegos ao meio, retirar os caroços e cortar em fatias, tipo meia-luas finas. Colocar as fatias numa tijela e envolver bem com o xarope de ácer e a canela. Se os pêssegos não estiverem bem maduros, colocá-los numa frigideira ou caçarola e levar ao lume durante uns minutos, para amolecerem um pouco.

Forrar o fundo da tarteira com as fatias de pêssegos e deitar a cobertura por cima. Levar ao forno, pré-aquecido a 190ºC, durante 25-30 minutos ou até que a cobertura esteja dourada.

Bom apetite ;-)